Conforme a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), do IBGE, o Varejo Restrito brasileiro teve variação de -0,1% no volume de vendas no mês de dezembro, na série que considera o ajuste sazonal

A pesquisa que investiga empresas varejistas com 20 pessoas ocupadas ou mais, havia registrado alta de 0,4% no mês anterior, também na série com o ajuste. Em comparação com o mesmo período do ano anterior, a PMC teve queda de -3,0% na série que desconsidera o ajuste. Este é o quinto mês consecutivo de queda nessa base de comparação. Com o resultado de dezembro, o varejo restrito brasileiro fechou 2021 com alta de 1,4% no volume de vendas, desacelerando em relação aos 1,9% verificado no acumulado em 12 meses até novembro.

No Rio Grande do Sul (RS), comparado ao mês anterior, o Varejo Restrito teve variação de -1,0%, na série dessazonalizada. Em relação ao mês de dezembro do ano passado, houve aumento de 3,9%. Com esses resultados, o Varejo gaúcho encerrou o ano com alta de 2,9%.

No Varejo Ampliado, que inclui as atividades de material de construção e veículos, motos, partes e peças, foi verificado aumento de 0,3% ante o mês anterior para o Brasil (BR) e de 0,4% para o RS. Em relação a dezembro de 2020, houve baixa de 2,7% no país e aumento de 1,2% no estado. Dessa forma, o volume de vendas do Varejo Ampliado registrou no acumulado de 2021 alta de 4,5% no país e de 4,0% no Rio Grande do Sul.

A alta de 3,9% no caso do Rio Grande do Sul na comparação com dezembro de 2020 foi resultado de 5 altas e 3 quedas na desagregação das atividades investigadas. Os segmentos de Outros Artigos de uso pessoal¹ (15,0%), Tecidos e Vestuário (10,6%), Farmácia e perfumaria (7,0%), Combustíveis e Lubrificantes (6,3%) e Hipermercados, Supermercados, Prod. Alimentícios, bebidas e fumo (2,9%) registraram aumentos diante de um quadro de maior circulação com menores restrições à atividade, favorecendo o movimento das compras para as festividades do final de ano. Do lado das perdas ficaram Materiais de Escritório e Informática (-17,6%), Móveis e eletrodomésticos (-13,9%) e Livros, Jornais, Revistas e papelaria (-3,0%). No Varejo Ampliado, a atividade de Veículos, Motos, Partes e Peças teve baixa de 3,9% e registrou variação de 7,9% no acumulado em 12 meses. Já Materiais de Construção apresentaram queda nas vendas de 10,0%, fechando no acumulado em 12 meses com avanço de 5,1%.

Com o dado de dezembro, o resultado do ano de 2021 mostra um volume de vendas no varejo restrito que seguiu avançando no caso brasileiro – crescendo 1,4% depois de registrar alta de 1,2% em 2020 – e voltou a avançar no caso gaúcho, registrando crescimento de 2,9%. Esse aumento no estado superior ao nacional se deu sobre uma base menor, em que os resultados de 2020 (contração de 2,2%) apontavam para um Comércio que, além das maiores restrições às atividades no RS e um suporte relativamente menor do auxílio emergencial², também sentiu o impacto da estiagem sobre o consumo com renda dependente do agro.

Em 2021, se por um lado houve suporte da retomada da mobilidade com redução das restrições diante do controle da pandemia (sobretudo no segundo semestre), além de uma contribuição muito positiva do agro no RS, a piora das condições macro, com inflação elevada e juros em alta, esfriam o ritmo setor. Nesse sentido, os resultados mensais deixam evidente a perda de força do varejo, mais acentuado no caso gaúcho, que registrou em dezembro a segunda queda na margem, enquanto no país o setor vem andando de lado.

¹O grupo contempla: comércio varejista não-especializado sem predominância de produtos alimentícios, em estabelecimentos que oferecem variedade de linhas de mercadorias; o comércio varejista realizado em lojas de departamentos; Comércio varejista especializado de peças e acessórios para aparelhos eletroeletrônicos para uso doméstico, exceto informática e comunicação; Comércio varejista de artigos recreativos e esportivos; Comércio varejista de artigos de óptica; Comércio varejista de jóias e relógios; Comércio varejista de outros produtos novos não especificados anteriormente.

²O total de elegíveis ao programa do auxílio emergencial em relação à população brasileira foi um pouco maior que 30%, enquanto no RS, a proporção foi menor, em torno de 25%.

Fonte

Fecomércio RS

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