Estabilidade na margem reflete empecilhos à retomada da confiança das famílias

Em janeiro, a Intenção de Consumo das Famílias gaúchas (ICF-RS) revelou um quadro de dificuldade na retomada da confiança para consumir. Divulgada pela Fecomércio-RS nesta terça-feira, dia 08, a pesquisa mostrou variação de 0,1% do ICF na margem, atingindo os 75,2 pontos. O indicador bem abaixo dos 100,0 pontos aponta para famílias muito cautelosas, com o índice 24,2% inferior a março de 2020, considerado o número pré-pandemia. Na comparação com o mesmo período do ano anterior, no entanto, o aumento de 30,0% no índice denota uma percepção menos pessimista (ainda que muito pessimista) depois de um ano, em que houve avanço expressivo no controle da pandemia com a vacinação.

Os subíndices de mercado de trabalho tiveram pequenos recuos na margem. A segurança no emprego atual teve variação de -0,7% aos 91,6 pontos e registrou a primeira variação negativa desde fevereiro do ano passado. Frente a janeiro e 2021 houve aumento de 44,7%. Na renda atual o subíndice atingiu os 88,9 pontos e teve recuo muito pequeno na margem (-0,4%). Frente ao mesmo mês do ano anterior houve aumento de 10,8%. O subíndice do emprego fica ainda 19,8% abaixo do patamar pré-pandemia, e a percepção da renda, -13,5%.

Os subíndices referentes ao consumo vieram de quedas no mês anterior e não recuperaram o nível nesta edição. O nível de consumo atual teve aumento de 3,0% (após ter caído 3,7% no mês anterior) aos 72,7 pontos. Frente ao mesmo mês do ano anterior o subíndice registrou aumento de 38,9%. No acesso a crédito houve variação de 0,1% na margem, após ter registrado queda de 5,2% em dezembro. Aos 87,5 pontos esse nível foi 0,8% menor que o de janeiro de 2021. No momento para aquisição de duráveis foi registrada a principal variação negativa dos componentes do ICF no mês. A queda de 12,4% deixou o subíndice nos 46,1 pontos (menor nível desde junho passado) e praticamente repetiu a queda da edição anterior (-12,2% em dez/21).

Os principais destaques positivos desta edição ficaram por conta das altas nas expectativas. A perspectiva de consumo teve aumento de 4,7% aos 64,3 pontos. A alta superou a queda do mês anterior (-3,2%) e deixou o subíndice em nível 47,8% maior que o de janeiro de 2021. Já na perspectiva profissional houve aumento de 4,5%. Aos 75,6 pontos esse resultado foi 86,7% maior que o do ano anterior. Ainda assim, ambos os subíndices seguem entre os componentes com as maiores distâncias para o patamar pré-crise, -34,2% e -30,6%, respetivamente.

“A comparação com o quadro do mesmo mês de 2021 deixa clara a melhora da confiança das famílias depois de um ano. Com o avanço da vacinação, controle da pandemia e reabertura das atividades, a percepção pessimista e cautelosa das famílias, apesar de ainda presente e muito forte, diminuiu consideravelmente, com a distância para o patamar pré-pandemia saindo de -41,7% em janeiro de 2021 para -24,2% em janeiro de 2022. Na perspectiva recente, no entanto, em que a inflação elevada e os juros em alta diminuem a capacidade de consumo das famílias, os resultados na margem refletem as dificuldades e incertezas que tem barrado a retomada da confiança das famílias para consumir”, comentou Luiz Carlos Bohn, presidente da Fecomércio-RS.

Veja aqui a análise completa do ICF.

Fonte

Fecomércio RS

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